“Eles têm que viver com a
gente, comer o que a gente
come. Eles têm que ouvir a
nossa conversa. “
As reuniões devem ser na língua Munduruku e nós
escolheremos quem serão os tradutores. Nessas reuniões,
nossos saberes devem ser levados em consideração, no mesmo
nível que o conhecimento dos pariwat (não índios). Porque nós é
que sabemos dos rios, da floresta, dos peixes e da terra. Nós é que
coordenaremos as reuniões, não o governo.
Devem participar das reuniões os parceiros do nosso
povo: o Ministério Público Federal, as organizações
escolhidas por nós e nossos convidados especiais, inclusive técnicos
de nossa confiança, que serão indicados por nós. Os custos da
nossa presença e dos nossos parceiros em todas as reuniões devem
ser pagos pelo governo.
Para que a consulta seja realmente livre, não aceitaremos
pariwat armados nas reuniões (Polícia Militar, Polícia Federal,
Polícia Rodoviária Federal, Exército, Força Nacional de Segurança
Pública, Agência Brasileira de Inteligência ou qualquer outra força
de segurança pública ou privada).
O governo já chega com a câmera filmadora, mas não
pode tirar nossas imagens sem nossa autorização. Para
nossa segurança, as reuniões devem ser filmadas e o governo deve
nos entregar cópias completas das gravações.