Nós, o povo Munduruku,
queremos ouvir o que o governo tem para nos falar. Mas não
queremos informação inventada. Para o povo Munduruku poder
decidir, precisamos saber o que vai acontecer na realidade. E
o governo precisa nos ouvir. Antes de mais nada, exigimos a
demarcação da Terra Indígena Sawré Muybu. Em hipótese alguma
aceitaremos ser removidos. Exigimos também que o governo
proteja os parentes isolados que vivem em nossa terra e garanta o
direito de consulta dos outros povos atingidos por seus projetos,
como os Apiaká e os Kayabi. E, finalmente, exigimos que as
comunidades ribeirinhas que serão atingidas pelas barragens no rio
Tapajós (como Montanha e Mangabal, Pimental e São Luiz) tenham
seu direito à consulta garantido, de modo adequado e específico à
realidade delas. Assim como nós, os ribeirinhos também têm direito
a uma consulta própria.
Quem deve ser
consultado?
Os Munduruku de todas
as aldeias – do Alto, Médio
e Baixo Tapajós – devem
ser consultados, inclusive
daquelas localizadas em
terras indígenas ainda não
demarcadas .