Nós não queremos que o governo nos considere divididos:
“ Existe só um povo
Munduruku”.
Devem ser consultados
os sábios antigos, os pajés, os
senhores que sabem contar história, que sabem medicinas tradicionais, raiz,
folha, aqueles senhores que sabem os lugares sagrados.
Os caciques (capitães), guerreiros, guerreiras e as lideranças
também devem ser consultados. São os caciques que se articulam e
passam informações para todas as aldeias. São eles que reúnem todo mundo
para discutirmos o que vamos fazer. Os guerreiros e guerreiras ajudam o
cacique, andam com ele e protegem o nosso território.
As lideranças são os professores e os agentes de saúde, que
trabalham com toda a comunidade.
Também devem ser consultadas as mulheres, para dividirem
sua experiência e suas informações. Há mulheres que são pajés,
parteiras e artesãs. Elas cuidam da roça, dão ideias, preparam a comida, fazem
remédios caseiros e têm muitos conhecimentos tradicionais.
Os estudantes universitários, pedagogos Munduruku,
estudantes do Ibaorebu, os jovens e crianças também devem ser
consultados, pois eles são a geração do futuro. Muitos jovens têm acesso
aos meios de comunicação, leem jornal, acessam internet, falam português,
sabem a realidade e têm participação ativa na luta do nosso povo.
As nossas organizações (Conselho Indígena Munduruku
Pusuru Kat Alto Tapajós – Cimpukat, Da’uk, Ipereg Ayu, Kerepo,
Pahyhy, Pusuru e Wixaxima) também devem participar, mas jamais podem ser
consultadas sozinhas. Os vereadores Munduruku também não respondem
pelo nosso povo. As decisões do povo Munduruku são coletivas.